E quando o paciente é de outra nacionalidade, o que fazer?
Quais exercícios serão trabalhados?
Este mês, tivemos o prazer de admitir um paciente de nacionalidade espanhola e, daí, vieram os desafios. Mas, afinal, quais foram eles?
Acertou quem pensou na produção de determinados fonemas, principalmente o fonema /r/.
São chamadas de variações linguísticas as diferentes formas de falar um idioma de uma nação.
O R (érre) é uma letra que pode representar uma diversidade de fonemas, que vão da vibrante (alveolar ou uvular), representando o /r/ brando, até uma fricativa (velar ou glotal), representando o /R./ forte.
E qual a diferença entre eles?
Nota-se que o fonema /r/ é a forma anterior simples produzido com a vibração da ponta da língua nos alvéolos dos incisivos superiores, como, por exemplo, na palavra /barata/.
Já o fonema /R/ é a forma posterior múltipla produzido com as bordas posteriores da língua tocando a face interna dos molares e parte do palato, como, por exemplo, na palavra / rato/.
O /R/ forte possui, ainda, um alto índice de variantes linguísticas e pode ser representado de diferentes formas de acordo com o sotaque. Como, por exemplo, o /R/ de /porta/, que é pronunciado de diferentes maneiras por paulistanos, gaúchos, cariocas e soteropolitanos.
A variedade na pronúncia desse fonema enquadra-se perfeitamente nessa variação linguística, percebida nos diversos sotaques existentes em nosso país.
Essa heterogeneidade linguística decorre de fatores geográficos, históricos, sociais e culturais importantes na construção da identidade dos falares regionais e é a marca registrada de um país rico em diversidade como o nosso.
Por Samara Mercês dos Reis